Carta ao coração de um estranho

Você não me conhece, por isso, vou começar me apresentando. Gosto de sorrir e cantar. Gosto de ver as pessoas próximas a mim sorrindo. Minha alegria é algo fluido e constante, mas não tente prende-la. Minha alegria é natural e selvagem. É como o pássaro silvestre que quando preso perde o canto.

Um dia nós nos encontraremos – eu gosto de conhecer pessoas – serei gentil com você e espero fazê-lo sorrir. Se a conversa fluir, você se sentirá como se estivesse conversando com alguém que conhece há muito tempo – e ficará admirado com isso. Estará à vontade, confortavelmente à vontade, e é ai que as coisas começam a dar errado. Para você é como se me conhecesse há muito tempo, mas, para mim, você continua a ser um desconhecido. Não tente criar uma intimidade que não existe. Não fale dos meus sentimentos como se os conhecesse. Lembre-se do pássaro silvestre. Se tentar me apreender com sua intimidade artificial eu deixarei de cantar e você não vai gostar disso.

Intimidade é um laço feito de um material delicado chamado tempo que deve ser tecido com cuidado para que o resultado final não seja parecido com uma gaiola.

Calma, é o que peço.

Escrevo porque ainda não nos conhecemos – para mim, você é um estranho.

Espero nosso futuro encontro.

Até


Doer


Quando arcodei minha cabeça ainda doía.Na boca o gosto amargo do vinho doce.Em noites frias de verão Morfeu me abandona,estranho acordar quando ainda não dormi.Meu corpo estar cansado,minha mente me trair,estou sem ação.Machucada.Cabeça doí.Estou com sono,com raiva e fraca enxergo nos olhos do amigo a possivel traição.Me olho no espelho e vejo o vazio,afinal vampiros não têm reflexo.Sem vida,quase sem alma.E a minha cabeça ainda dói...

...

O que me faz falta são os abraços.o carinho espotâneo sem malícia,sem o apelo sexual,sem o prazer descartável...