Coisas que não gosto


Perder o ônibus quando estou atrasada, estourar o cartão de crédito, perder a paciência, ser arrogante, sentir frio, sentir fome e pagar conta de telefone.

Não gosto de regras de gramática, problemas de matemática, críticas destrutivas, roupas de marca, estar acima do peso, dormir tarde e acordar cedo.
Não gosto de olhar a rua suja , advogado que sabe tudo, babá que pensa que é a mãe da criança, gente que fala correto e não vive o que diz.
Não gosto de refletir se é certo falar: “através de” ou “por meio de”; de falar “a nível de”, “em âmbito de”.
Não gosto de viver a serviço do que a gramática permite “apesar de”, “embora”, “mas”, “contudo”, “no entanto”, “entretanto”, “todavia”, “porém”...
Será que importa que o MAS não vai BEM depois de um BOM”?
A pontuação de “este” e “aquele” não leva em conta, que as hipóteses dos gramáticos não estão, “de acordo com”, o “contraponto”, do “contradizer” de toda a minha realidade.
Os comandos “dê sua opinião”, “o que você acha”, não são levados em consideração quando “levanto indícios” de que a utilização dos artigos, as referências do Houaiss, do Aurélio, do latim, não fazem sentido na relação das coisas que eu não gosto.
O “normativismo” não é necessário para se fazer entender. Quando nos tornamos mais humanos “as ambigüidades” se desfazem naturalmente pela proximidade dos corações.
Não gosto de analisar frases, sentenças, orações, verbos diretos e ignoro os indiretos. Prefiro pensar, sentir, me sensibilizar, refletir com o conteúdo e sentido de todas as coisas. Portanto sobre as frases:
“Muitas crianças poderiam tornar-se profissionais competentes. A essas crianças não se dá nenhuma oportunidade de estudar”; ou “Muitas crianças (vírgula) a quem não se dá oportunidade de estudar (vírgula) poderiam tornar-se profissionais competentes (ponto final)”
Penso que a análise correta é que as vírgulas não resolveram o problema das crianças que estão sem estudar.
Sobre a frase: “O rapaz de que gosto foi embora para a Europa”, não pode ser analisada por gramáticos, porque esses nem mesmo sabem o significado da palavra saudade. Com certeza os gramáticos que tudo sabem, e que sempre estão de acordo com o normativismo diriam: “Saudade é lembrança melancólica e suave. È sentir falta de algo que já se teve um dia”.

Mas a vida me ensinou que é possível sentir falta e saudades das coisas que eu nunca tive...

15 comentários:

Unknown disse...

Por alguns instantes lendo e analisando este texto me vi em frente a tv assistindo Café Filosófico na tv cultura...rs

Parabéns

amanda lima disse...

camilahhh gostei dessa sua critica
a gramatica pois como voce vesma falar no final do texto tem palavras quem nem a gramatica tem uma explicação correta !
bjs

Samilla Fonseca disse...

Adorei o texto. Mas eu considero muito importante a escrita correta e todos os pingos dos ís. Não que eu saiba escrever bem. Não sei. Mas nem de longe considero a escrita mais importante do que sentir e viver.

Andréa Almeida .. disse...

, gente que fala correto e não vive o que diz.

conheçooo tanta gente assim rs

Jário disse...

Parabéns!
O viver sempre é "bem mais" importante!

Rafaely Dantas!Negoooooooo como você escreve bem! a cada dia sou mais tua fã! bjooooooooo disse...

Negoooooooo como você escreve bem! a cada dia sou mais tua fã! bjooooooooo
Ps.: realmente parece que estou assintindo o Café Filosófico na TV cultura kkkkkk
muito bom!

Sheila Diniz disse...

adoreiii demais as suas críticas a gramática..

Unknown disse...

Para quer viver essas regras?!?!....a vida sempre nos prega peças!

Sinuca-breja-bossa disse...

Adorei o texto,bem coerente e realista.Como diria uma amiga,comer manga cortando com a faca em quadradinhos é bonito de se ver,mas gostoso mesmo é mão na massa e queixo babado,sem se importar com a melequeira.As pessoas querem ser certinhas demais e se tornam hipocritas.
Parabéns pelo texto!!

Jário Pina disse...

Oi, adorei o seu blog, e já estou seguindo :))

visita o meu também?
www.kdocafe.blogspot.com

Vânia disse...

Ah tem tantas coisas q eu não gosto, tantas mesmo, dificil é dizer o q gosto, ou correr atras do que gostaria, na realidade passamos muito tempo pensando no que não gostamos e esquecemos que o que gostamos é o q nos faz tão bem. No mais eu sinto saudades das coisas q nunca tive, sinto saudades de Paris, sinto saudades de estar nos jardins da holanda, ah, sinto saudade de um mundo de coisa, que por algum motivo ainda não me foram apresentadas...por enquanto.

Lívia Lunardi disse...

Tá...
Parabéns.
Vc me fez chorar com o seu final...

Eu sempre sempre me vejo muito em tudo que vc escreve.
Somos mesmo. Tão parecidas.

"Mas a vida me ensinou que é possível sentir falta e saudades das coisas que eu nunca tive... "

Então devo dizer...
Saudades de vc! Saudade de te abraçar! Saudade de passar noites em claro conversando com vc em um bar e tomando um bom vinho...
Saudades de passar a noite numa balada com vc, ou o dia em um museu.
Saudade das nossas brigas, e saudades da nossa casinha em sampa! ^^
Saudades das nossas histórias, risadas, lágrimas e verdades em comum.
Amo vc!

Lindo demais.
Parabéns minha xuxu...

Paz e luz.
Sempre.

=)

Rafael Rosa disse...

Muito bom seu post.

Abraço!

eueminhaescola disse...

"Mas a vida me ensinou que é possível sentir falta e saudades das coisas que eu nunca tive..."

Essa frase,apesar de não ter o mesmo sentido do que vou falar agora, mas me lembrou outra que dizia assim:

"Saudade de alguém ausente, não é saudade, é lembrança. Saudade só é saudade quando se perde a esperança."

Bom, mas o que eu quero dizer mesmo é da engenhosidade das suas palavras. muito bom texto.

Lívia Lunardi disse...

Aiiii te amo!
hauhauahuahuahuah

Arrasou na postagem e no novo visu do blog!

Amei demais seu post!
Não preciso nem falar que tb não gosto de todas essas coisas! E realmente... fodam-se as vírgulas.. rs

"Mas a vida me ensinou que é possível sentir falta e saudades das coisas que eu nunca tive... "

Também não preciso dizer que essa frase é tão verdadeira pra mim qto pra vc...

Então por isso... Saudades!
Mta Saudade Joana!

Beijos...

=*